“Nunca tinha visto nada assim antes. Só na igreja”.
(Guilherme Dias Pinto - ajudante de limpeza)
Aqui o grupo pôde conhecer amostras ilustrativas do acervo do Museu Mineiro e ver como é feita a restauração de peças.
“Um museu é o lugar de preservação de um patrimônio que tem alguma relação com o ser humano, seus atos, vontades e como ele encara a natureza. Se precisa preservar, deve ter um espaço delimitado e próprio para isso”.
(Marco Antônio Xavier, Mestre em História Social pela FFLCH-USP)
“É importantíssimo manter o ambiente estável e propício para que as peças perdurem para sempre”.
(Cecília Drumond restauradora)
A restauradora Cecília Drumond toca aqui num interessante ponto de discussão onde podemos pesquisar vários pontos de vista, sejam eles de ordem técnica, cientifica ou simplesmente pessoal, do que é, ou deveria ser um Museu, e a preservação de patrimônios materiais ou imateriais é uma questão importante para nós. Então, partindo da questão trazida pela restauradora, podemos indagar sobre o que devemos ou deveríamos preservar "para sempre". Para tanto buscamos vários pontos não só museólogos, mas profissionais que pensam o museu e a cidade na contemporaneidade.
Mas por que devemos preservar?
Qual a razão para preservar um objeto ou monumento? Afinal, o que o homem preservará para sempre?
Questionando o nosso modo de vida
"Na cidade proliferam muros e cercas, reais e simbólicas. A importância do privado cresce tomando o tecido da cidade com seus carros transportando um só indivíduo, seus shoppings, templos de consumo, sua arte fetichizada e demarcadas como territórios de marcas famosas as quais agregam valor.
O outro, o diferente de mim, (o não civilizado, o bárbaro, o favelado, o portador de sofrimento mental) acaba por convocar ao caos, a mudança, a instabilidade. Ao subtrair o outro, elimina-se o que dele pode advir, inclusive a vida pública. O esvaziamento da rua como local privilegiado do público e do político, em que a violência, usada para justificar, a segregação ganha força. Legalizam-se então espaços para a segregação (controles sociais). Erguem-se e multiplicam-se os condomínios fechados nas cidades brasileiras; fazem-no estritamente por meio da negação da própria cidade, do convívio com a diferença e com a política. Delimitam assim a formação de modos de vida e de subjetivação, simulam-se sujeitos. Ser incluído sem fazer parte – é essa a cidade que hoje habitamos e que nos hoje habita."
fotos Tucha
É possível pensar e viver, de forma singular, a diversidade e a diferença?
Na opinião da professora Maria Nogueira, isto só ocorrerá se nos deixáramos afetar pelo outro, se topamos com o desconhecido.
O que realmente se mostra intolerável para ela é a busca pela instabilidade da homogeneização generalizada levando a nossa sociedade a uma claustrofobia interiorizada (o mundo sem fora) sem uma saída para a rua (exterioridade).
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